De uns tempos para cá, venho prestando atenção em um fato que acontece com muita frequência no Brasil, é o tal ‘efeito suspensivo’, concedido pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva. Esse efeito é aplicado a jogadores suspensos, e permite sua pena seja retirada por um momento para que outro julgamento seja realizado mais tarde.
É ridículo que um jogador seja expulso em uma partida, e consiga participar do próximo jogo, ás vezes é o que acontece. Pior ainda é quando o rapaz é suspenso em um jogo, consegue o efeito suspensivo, participa da próxima partida e ainda tem sua pena reduzida.
Herrera do Botafogo, Jael da Portuguesa e Marquinhos do Avaí, são alguns exemplos de jogadores que conseguiram o tal efeito e jogaram algumas vezes dentro do tempo da suspensão que receberam. Herrera se envolveu em uma briga na eliminação contra o Avaí e foi suspenso por 4 jogos no campeonato brasileiro (outra competição, mas ambas organizadas pela CBF, então a pena vale para as duas), só cumpriu 2 e voltou a jogar. Jael estava suspenso e conseguiu se salvar com o tal efeito, foi expulso de novo e conseguiu outro efeito suspensivo, está liberado para jogar até um novo julgamento ainda não marcado. Marquinhos do Avaí foi um caso mais antigo, ele estava suspenso, não podia jogar contra o São Paulo pela Copa do Brasil, de última hora foi absolvido e jogou, o São Paulo foi eliminado naquela noite.
Esse efeito suspensivo é uma tremenda falta de respeito com o futebol. Um jogador quando é expulso, não pode em hipótese alguma participar da partida seguinte. O Brasil mostra novamente sua desorganização na administração de eventos e na justiça.
Quando um jogador recebe o segundo cartão amarelo e é expulso da partida, ele deve receber automaticamente um jogo de suspensão, dependendo da gravidade das faltas, dois jogos. Ao ser mandado embora com um cartão vermelho direto, foi uma entrada mais dura, no mínimo 3 jogos de suspensão, quando for um caso de agressão ou uma entrada violenta, mais que isso. Essa punição deveria ser aplicada logo no fim do jogo ou no máximo no dia seguinte, com uma decisão do STJD sem possibilidade de alguém recorrer na justiça depois. É o que falta no Futebol Brasileiro, ORGANIZAÇÃO!
É lamentável que, embora dê claros sinais de fortalecimento econômico, seja no nível dos atletas, nos valores dos patrocínios ou no profissionalismo da cobertura midiática, na esfera administrativa o futebol brasileiro patine miseravelmente nas trapalhadas da cartolada.
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