A mística do Centenário

Em Montevidéu mal começam a se dissipar as cinzas do vulcão chileno Puheye e a cidade já se prepara para contemplar outro fenômeno. De outra natureza, mas não menos significativo: Hoje os céus da bela cidade uruguaia serão iluminados pelos refletores do mítico estado Centenário, para o não menos mítico confronto entre Peñarol e Santos pelo primeiro jogo da final da Libertadores da América. Ali, na década de 60, o Santos de Pelé travou batalhas memoráveis, e ainda hoje lembradas com orgulho pelos uruguaios, por esta mesma competição. Em 1962 deu Santos; em 1966, com a marcação uruguaia anulando o Rei, segundo testemunhos dos radialistas que cobriram o jogo, deu Peñarol.
Hoje os tempos são outros, mas de certa forma a mística faz com que a história se repita. A torcida do Peñarol continua barulhenta e fanática: tem a maior média de público da LA. Neymar é o homem a ser anulado: seu retrospecto em jogos fora de casa na atual competição tem deixado os adversários arrepiados. As camisas dos dois times dispensam comentários e o estádio é mais que apropriado para um confronto de tamanha tradição.
Só lamento que a Vila não tenha condições de receber o jogo de volta; o Pacaembú tem sua história mas uma final Santos x Peñarol na Vila seria a chave de ouro para essa final em que a história do futebol faz ressoar seus ecos direto do passado.